9/11/2011

A Importância do Fluxo de informação na Logística

Quando tratamos de fluxo estamos falando de um sentido, um caminho, uma direção a ser tomada, seguida ou alcançada. Naturalmente cada atividade organizacional tem seu próprio fluxo, seja de informação, de materiais ou financeiro que compõe o todo organizacional e de tão importantes será abordado neste texto sob o aspecto da Logística, tratando dessas e outras questões da forma como de fato ela representa: Vital para a sobrevivência de uma organização.
Informação é o bem mais valioso! Sei que muitos já ouviram esta frase e que também concordam com esta afirmação, porém conciliar informações em um ambiente de constantes mudanças não é tarefa fácil, ainda mais se pensarmos que nem toda informação pode ser compartilhada totalmente e que não se deve omitir por completo, pois certas características de negócio dependem da força criativa de indivíduos que desafiados podem trazer a luz soluções para problemas aparentemente sem solução.
Já ouviram o comentário até certo ponto irônico entre os Estados Unidos e a antiga União Soviética na corrida espacial? De um lado o alto investimento norte americano para desenvolver uma caneta esferográfica que funcionasse num ambiente gravitacional, enquanto os Russos tiveram a grande ideia de levar um simples lápis de escrever.
Exemplos como este podem ilustrar muito bem o quanto a informação compartilhada pode ser benéfica, já pensou se ao invés de estarem competindo entre si fossem parceiros o quanto poderiam evoluir juntando seus investimentos no mesmo projeto, mas a questão é que tipo de informação será de fato compartilhada uma vez que a divulgação aleatória pode até ser prejudicial para os negócios, e nesse caso o vazamento de informações seria uma catástrofe para ambos.
Informação é hoje o bem mais valioso que uma organização pode usufruir em momentos de turbulência de mercado e até mesmo na calmaria uma vez que o compartilhamento pode amortecer uma possível crise e suas proporções.
Na Logística, tratamos os fluxos sob três perspectivas: De materiais, Financeiro e de Informação, aliás, esta perspectiva é observada em toda organização e pensar de forma a integrar estes fluxos é o caminho para uma consolidação forte e competitiva.
O fluxo de materiais se caracteriza pela aquisição de matéria prima para a consequente transformação em uma unidade fabril, utilizando-se do transporte entre os elos da cadeia produtiva, toda atividade de recebimento expedição e armazenamento até a entrega final do produto ao cliente.
O fluxo financeiro é a parcela de capital transferida para cada agente participe na operação, desde a origem até a ponta, ou seja, do cliente final até o produtor da matéria prima.
O fluxo da informação é aquele que permeia toda a cadeia transferindo informações advindas do mercado consumidor. Na extração da matéria prima e o consequente transporte até uma unidade fabril, já se tem uma noção clara do que o mercado consumidor esta disposto a adquirir e a que preço, então segue as operações até a entrega final, porém através de pesquisas e métricas é possível saber o grau de satisfação dos consumidores e tais informações devem ser compartilhadas por toda a cadeia envolvida nas operações para correção e ajustes que impactam na melhoria e eficiência, portanto a informação muitas vezes caracteriza-se como mais importante que as capacidades operacionais dos agentes envolvidos, de posse destas informações várias alternativas e mudanças podem ser aplicadas e maximizar as atividades o que impacta positivamente nos resultados finais.
Uma informação eficiente permeia toda a cadeia nos dois sentidos e em todos os elos a Logística se preocupa com a eficiente troca de informação, pois na ponta está o cliente na expectativa de adquirir um produto quando não já adquirido. Em toda atividade operacional os custos são recorrentes e mensuráveis, mas não a informação. Há sim o custo investido para que os canais de informação sejam eficientes, porém sem o uso compartilhado acabam esbarrando em burocracias culturais e enraizadas dificultando que o fluxo contínuo eleve a capacidade de aproveitar da melhor forma as oportunidades presentes.
Cada organização se preocupa com sua “casa” e entende como cliente o próximo com quem irá negociar seus produtos ou serviços, além dos que já fazem parte de sua carteira, mas é perceptível que os fornecedores impactam diretamente nos resultados desta, caracterizando-se assim como um parceiro no qual compartilhar informações pode dar solidez competitiva ao player.
Antes restrito a contratos comerciais com cláusulas específicas e irrevogáveis, hoje compartilhando informações em reuniões ou em sistemas integrados entendendo a extensão das atividades fortalecendo a marca perante o mercado atuante, assim se caracteriza o novo cenário defendido pelos profissionais de Logística que fazem referência ao termo Suplly Chain “Cadeia de Suprimentos”.
O adm. Paulo Spinato colabora com um artigo postado no Portal Administradores.com.br, sob o título: “A importância do fluxo de informações organizacional” explana que “Informações são um recurso valioso e provocam repercussões em todos os níveis da estrutura organizacional” e que “A comunicação, antes de ser instrumental, é humana. Necessita de resposta para realizar, pois a mensagem sem retorno é uma comunicação falha e incompleta”, defende o autor que de um modo geral a comunicação formal e burocrática, aquela mecanizada muito utilizada no cotidiano é a mais preocupante em termos de eficácia destes mecanismos e não uma linguagem que possa simplificar a compreensão do conteúdo público, o que torna muito mais difícil a motivação e entendimento sistêmico das diretrizes, de outra forma estão mais preocupados com modelos hierárquicos do que o compartilhamento eficiente das informações.
O que difere informação de comunicação é que a primeira se preocupa em transmitir aos parceiros informações acerca das atividades profissionais, ou seja, transmitem o que esperam de cada um isoladamente e em conjunto com propósitos profissionais integrados, enquanto a segunda: ressalta Paulo Spinato: “está centrada na notícia escrita, nas circulares, nos boletins, nos memorandos, nos avisos, nas ordens de serviço e nos manuais de procedimentos” de modo que não se caracteriza informação e sim apenas comunicação.
Há que pensarmos na importância que é devida a informação há vários exemplos de atividades totalmente desorganizadas, onde cada um, preocupado com o próprio umbigo negligencia o compartilhamento de informações estratégicas, há que se entender que as características de mercado atuais exigem que as relações sejam de parcerias, então quanto mais eficiente for a informação melhor as chances de aproveitamento das oportunidades momentâneas, defender seu lado pode até ser uma boa estratégia para se esquivar dos problemas atuais, mas o mercado é cruel e implacável e quando mudarem os ventos a falta de parceria pode representar duras perdas econômicas, de mercado, prestígio, quando não um impedimento ao crescimento sustentável.
Há algumas décadas atrás grandes organizações eram donas sozinhas de toda estrutura assim chamada de verticalizada e todo departamento era visto como parte fundamental para o todo, com a nova estrutura organizacional, atualmente a verticalização se mantém nos mesmos moldes, só que com estruturas departamentais independentes e sob a gestão de “terceiros”, porém sua importância continua a mesma, então, quanto mais informação compartilhada melhor, ao invés de tratar o fornecedor como mero fornecedor, o enfoque passa a ser vê-lo, tanto a organização como um todo como cada agente colaborador como parceiro de negócio.

Texto de autoria de:
Francisco Marcio Ferreira de Oliveira
Tecnólogo em Logística pela Universidade Nove de Julho

Contribuição orientadora de Paulo Spinato  
Especialista em Administração Estratégica e mestrando internacional em Gestão Estratégica de Negócios, com ênfase em Gestão da Inovação.
Desempenha funções de professor em cursos técnicos na área de Gestão Empresarial e Desesenvolvimento de Projetos, além de orientador de TCC's.
Foi o consultor melhor avaliado durante sua atuação pela UNIJUÍ nos anos de 2005, 2006 e 2007.
Entre suas principais entidades clientes/parceiras estão: ApexBrasil, SEBRAE, SEDAI - Secretaria Estadual de Desenvolvimento e Assuntos Internacionais, UNIJUÍ, SINDILOJAS, IPD - Instituto de Pesquisas e Desenvolvimento e COEDUCARS/SESCOOP.
Possui várias atuações em demandas relacionadas à Análise de Cenários (Diagnósticos), Planejamento Estratégico, Marketing (incluindo Pesquisas de Satisfação, Pesquisas de Mercado e Planejamento de Mídia), Financeiras (abrangendo Plano de Negócios e Estudo de Viabilidade), Pesquisa de Clima Organizacional e Programa 5 S's.
Filiado ao CRA/RS (Conselho Regional de Administração do Rio Grande do Sul) presidiu nos anos de 2008 à 2009 a Associação dos Bacharéis em Administração de Ijuí e região (ABAI).

Referências Bibliográficas:

Antônio Galvão Novaes “Gerenciamento da Cadeia de Distribuição”

Portal Administradores.com.br/ Paulo Spinato “A importância do fluxo de informações organizacional” http://www.administradores.com.br/informe-se/artigos/a-importancia-do-fluxo-de-informacoes-organizacional/45057/ Dia 05/09/20011.