5/22/2012

Necessitamos de Líderes ou discursos sobre Liderança?

Liderança é um tema charmoso com tendências filosóficas, há diversas publicações ensinando como aplicar conceitos pré-concebidos em diversos ambientes profissionais ou não e que julguem, há necessidade para tal, no entanto há que considerar certa dose de banalização no tocante a este tema quando aplicado na prática, não que os autores estejam errados, ou que este não seja um tema de grande relevância, a questão é: Como? Aonde? Por quem? e, Para quem são aplicados os conceitos sobre liderança? Como diferenciar o mero discurso filosófico das ações práticas e aplicáveis?
Não é fácil responder a tais questões, principalmente acerca deste tema que é de domínio publico e cada um tem uma visão bem particular em enxergar os fatos, pois se baseiam em suas experiências e conhecimentos, no entanto, o objetivo deste texto é explorar o seu mau uso em ambientes corporativos dos quais o acesso a informação é restrito e o uso da expressão Liderança é muito usado para produzir discursos motivacionais com interesses unilaterais.        
Diversas obras trazem à luz a questão da liderança tendo como imperativo a necessidades da sua aplicação para a boa convivência humana e sempre atentando para a valorização do ser humano no plano individual e coletivo em seus diversos ambientes físicos, entretanto, implantar tais conceitos fatalmente esbarra em outra questão: Há interesses individuais que se não bem administrados podem gerar barreiras que impeçam a sua aplicação efetiva o que em suma visa motivar pessoas a atingirem objetivos coletivos e individuais e como motivar pessoas agindo de maneira enganadora.
Um exemplo característico esta em restringir as informações, o que por si só já é uma atitude manipulativa, pois seus efeitos são geralmente pessoas alheias aos acontecimentos relevantes, quando não um impedimento a sua capacidade de se expressar, participar ou sugerir alguma coisa, tal manipulação geralmente parte daqueles que objetivam o domínio absoluto em sua esfera de atuação.
Quanto à restrição eu me refiro a informações do tipo necessárias a serem compartilhadas para que se possa entender o propósito do trabalho ou então das exigências e cobranças impostas, pois sem propósito não há razão para dar continuidade na jornada.
Pessoas buscam no trabalho não só uma fonte de recursos para a sua  sobrevivência e sim uma razão que justifique sua atuação como profissional e entendamos trabalho o conjunto de atuações de vida, seja profissional, familiar ou qualquer outra.       
Destaco que ultimamente há muita ênfase no que chamamos de capital intelectual, ou seja, talentos internos que tenham conhecimento adquiridos através da vivência em outros ambientes profissionais ou acadêmicos, ou ainda mais profissionais com predileção acerca das atividades internas, estes são vistos como de grande agregação de valor uma vez seu conhecimento se desprezado pode ser aplicado no concorrente com um adicional negativo, o conhecimento das atividades operacionais e/ou administrativas da antiga empresa.
Mesmo sabendo o quanto isso pode impactar negativamente ainda encontramos culturas corporativas que olham estas questões com certo menosprezo e que aplicam políticas impositivas a seus colaboradores, nesse ponto é que me apoio para especificar o porquê do mau uso da expressão liderança.
Para eles o discurso é sempre o mesmo: “Colaboradores são os ativos mais importantes para o sucesso organizacional, sem vocês não temos condições de bater as metas, de superar isto, de atingir aquilo”, um discurso verdadeiro, mas com pouca inclinação prática.
Sei o quanto é importante integrar todos os colaboradores, mas atribuir de fato esta importância requer que deixem de lado esta postura de enganação e para muitas organizações é aí que reside o maior problema, então, para elas é melhor trabalhar esta política de enganação e disfarçar seu real intento.
Esta natureza dúbia contradiz aquele discurso sobre Liderança e se não bastasse há ainda outro adicional. Organizações preocupadas em manter as rédeas aplicam muitas vezes estas e outras artimanhas para manter sua “equipe” sob a esperança de que um dia serão valorizados, é o caso de destacar os mais velhos de casa pela sua contribuição esplêndida, o que para muitos e principalmente os da geração Y ou V é o mesmo que emitir o recado de que tão cedo nada acontecerá de novo e os velhos paradigmas profissionais ainda sim prevalecerão, então se quiser esperem... 
Na condição de colaborador, se comprometido com suas responsabilidades o que se espera ao menos é que se tenha como apoio aquele que se faz referência como líder, contudo este deve ao menos transpassar aos seus liderados a confiança necessária para em caso de dúvida de toda natureza poderem ao menos contar com seu apoio e orientação, caso contrário além de não ter a referência mencionada este pode atribuir a culpa ao colaborador que limitado opta por tomar decisões no escuro e como não tem apoio e falta-lhe informação esta fadado ao erro e a conseqüente punição, desta forma certamente o comportamento não é nem de longe o de uma Liderança.
De fato eu necessito de um Líder? Será que ter um “Líder” que se comporta com imposições sem abrir espaço para “discussões” é de fato algo construtivo? Devo entender que Liderança não passa de discurso meramente?
Tenho perseguido orientações acerca deste tema e percebo como já mencionado anteriormente certa banalização, a questão da liderança é usada em todos os lugares como referência a soluções, muitas vezes mágicas eu diria, o que na prática pode revelar muito mais que isso e deve ser bem observada a sua aplicação, pois o efeito poderá ser contrário ao desejado.    
Liderança: Por mais explorado que seja este tema ele ainda gera muita confusão na cabeça das pessoas, o conhecimento e aprimoramento dos conceitos sobre  liderança na prática é a busca de vários gestores para conquistas diversas nas organizações atuantes, mas nada acontece efetivamente se não passar do mero discurso para a aplicação prática, usar este conceito como propagação de campanhas de endomarketing cada vez mais é visto com antipatia pelos colaboradores, estão tornando banal um tema que considero de grande valor, porém sua aplicação leva em consideração detalhes importante quanto à condição física, ambiental, de tratamento, respeito e comportamento como sabemos foram apresentados por estudiosos autocráticos e comportamentistas como Abraham Maslow, Frederick Herzberg e Douglas Macgregor entre outros destacando o primeiro Abraham Maslow que desenvolveu a teoria motivacional baseada em necessidades humanas o autor da conhecida pirâmide de Maslow.
Algumas organizações, mais maduras a respeito da importância deste tema, atentam para as atividades desenvolvidas pelos seus colaboradores nas horas vagas, o que demonstra preocupação quanto às atividades exploradas e que pode agregar valor a ambos.
Sim ambos! Pois o colaborador satisfeito representa a organização que se preocupa com seu bem estar e o trata de forma respeitosa e de fato compreende na prática que sua participação é de grande importância para o sucesso organizacional...